domingo, 17 de agosto de 2008

O poder do som.

Há um certo tempo, eu lamentava um pouco o fato de as músicas estarem seguindo um rumo pouco focado no melódico, quer dizer, músicas curtase muito objetivas sem a valorização da parte instrumental.
Como bem sabemos, tudo no mundo segue o contrário do que aconteceu anteriormente. Na Literatura é assim, no Cinema também e na Música idem.

Antes de 1900, o que o mundo produzia em matéria de música era muito aprofundado, extenso e particular. As óperas e concertos são a maior prova disso; AS Bodas de Figaro, de Mozart por exemplo, dura 4 horas, quase 5. Uma duração muito maior do que qualquer discografia de artistas que vemos por aí, que cantaram a vida inteira.

Óbvio que entram muitos fatores nessa comparação que justificam essa diferença, inclusive a pópria genialiadde dos compositores dos séculos XVII e XVIII. Mas como eu dizia, no princípio do século passado, as músicas começaram a se tornar mais rápidas e objetivas, refletindo o grande avanço da humanidade na época. Desde o finalzinho do século XIX, essa mudança já começava: Offenbach já criava operetas, que eram alegres e curtas.
Os primórdios do rock, com Elvis e contemporâneos, contavam com músicas de no máximo 3 minutos, dançantes e felizes. Até os Beatles criaram músicas com média de 2 minutos de duração, sendo I Want You a música mais longa - com oito minutos.
Já no final da década de 60, e início da de 70, os roqueiros passaram a supervalorizar a tão supervalorizada guitarra, criando solos magnificos desse instrumento em suas composições, e além disso, o teclado ganhou uma importância nunca antes vista, dando inclusive, a base para um dos gêneros mais interessantes do rock, o rock progressivo. E muitas vezes, um álbum inteiro era composto de apenas uma música, no máximo três. Solos de 20 minutos eram comuns - mostrando a euforia do auge do rock, com os verdadeiros rockeiros mostrando seu talento em grandiosas músicas.

Aí veio a década de 80 e 90 com novas músicas curtas e dançantes. No entanto, voltando ao que eu reclamava no início, que era o fato de não haver mais a ênfase para o instrumental, essa característica parece ao pouco estar mudando. Observando álbuns recentes, como Viva la Vida, Flavors of Entanglement, Futuresex/Lovesounds (excelente segundo álbum solo de Justin Timberlake) e outros, notamos durações longas que invariavelmente remetem à uma maior valorização para o sonoro, e não apenas o lírico.

Como tudo segue um ciclo, talvez em breve as músicas voltem a ter mais momentos dedicados não só à voz, mas também ao belo som dos instrumentos, toda sua poesia e beleza.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Maré - Adriana Calcanhotto


Uma semana dessas, peguei emprestado com um amigo o cd mais recente da Adriana Calcanhotto, o Maré. Maré faz parte da trilogia sobre o mar, e é a segunda obra, sendo a primeira lançada já faz alguns anos, com o título de Maresia (se não me engano).

Esse cd é surpreendentemente gostoso. Confesso que ela é minha cantora nacional favorita - sua vez doce e suave sempre me emocionou e encantou. Com o lançamento de Adriana Partimpim, então, foi a confirmação de que ela é fantástica. O curioso é que vários de meus amigos não gostam dela, o que me parece estranho; é tão difícil não gostar!

Mas esse álbum parece bem comum quando escutamos das primeiras vezes. E pior, parece que é uma música só, não muda, sempre o mesmo ritmo. Mas depois vamos descobrindo as preciosidades, como a brasileiríssima Porto Alegre (com os versos "de Calipso" que grudam na cabeça e te dão vontade de dançar)ou as com um tom mais bossa-nova, como a faixa título do álbum.

Para quem gosta, é mais uma obra maravilhosa da cantora. Para quem não gosta, recomendo, quem sabe esse não convença de que ela é ótima artista!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Rockferry


Duffy é a nova revelação do cenário musical - aquele cenário composto de cantoras com voz potente, ritmo quente-quase-fervendo, letras legais e beeem dançantes.


Ela é considerada uma das melhores cantoras da atualidade, e uma espécie de Amy Winehouse às avessas - ou seja, trinta vezes mais bonita, com melhor voz, mais simpática, mais madura e principalmente, mais sóbria. Tem tudo pra explodir com tudo.


Seu álbum (cujo título é o nome da postagem) foi lançado em março desse ano no mundo e em maio nos EUA (reparem que virou moda deixar o Império de fora, uma espécie de corno, que é o último a receber os lançamentos) e já vendeu mais de 2 milhões de cópias, o que já a torna um fenômeno. Pra se ter uma idéia, 34 000 discos já definem um álbum de ouro aqui no Brasil.


Baixem, fiquem por dentro, que ela é a nova artista a (merecidamente) deslanchar sua carreira.


Ótima! Nota 10.