segunda-feira, 15 de setembro de 2008

The astonishing Rufus Wainwright



Rufus Wainwright foi um cantor que me atraiu desde quando escutei sua participação no cd I Am a Bird Now, do Antony & the Johnsons. Não tanto pela sua voz, que achei estranhamente irritante, mas pelo fato da emoção que sua voz continha (não podia ser o contrário, fazendo parceria com o Antony).


Na ânsia de encontrar um cantor novo, que fosse bom e me inspirasse e me fizesse parar de escutar os mesmos artistas de sempre, resolvi baixar algo seu, uns meses depois. Sua música Dinner at Eight me fascinou como quase nenhuma outra antes havia fascinado.


Rufus é um cantor de pedigree artístico, uma vez que seu pai, sua mãe, sua tia e sua irmã são cantores profissionais. Aproveitando-se um pouco desse sobrenome respeitado, portanto, lançou em 1998 seu self-name debuted album, que atiçou a curiosidade de críticos e público.


Seu primeiro disco é algo fascinante. A primeira faixa, Foolish Love, começa à capella, com sua voz potente ressoando por dois minutos. Numa virada discreta, depois acelerada, Rufus sente-se à vontade numa canção claramente inspirada por musicais à la Gene Kelly da década de 50. Esse disco começa maravilhoso, e parte por músicas muito ecléticas e diferentes, o que torna difícil traçar um ritmo definido, assim como um tema concreto.




Sem querer entrar em detalhes sobre toda sua obra (porque eu poderia fazer isso, já que suas obras são surpreendentes, inovadoras e fantásticas), algumas coisas mais podem ser ditas. Rufus é conhecido por mesclar em suas músicas composições clássicas, com o uso de orquestra e muito piano (ele é pianista). E também por fazer músicas com um toque brodwayano, cabarístico e.. colorido. Rufus é gay, e afetadíssimo, e recorre desse seu marco para escrever letras ironizado a si mesmo, homens héteros (como na música de abertura do álbum Want One, 'oh what a world', em que diz men reading fashion magazine/oh what a world it seems we're living/straight men.."), e tudo num arranjo clássico e chique. Eis a ironia e marco do cantor.

Além disso, seus alcances de voz são altíssimos, o que lhe permite uma versatilidade e ponto positivo muito bons>


No entanto, seus álbuns não são fáceis. Confesso que depois que baixei a excelente Dinner at Eight e resolvi baixar o álbum inteiro, me desanimei. Achei chatérrimo. Só passei a gostar de verdade depois de uns dois meses. Então, sabe aquela comparação clichê de que é que nem um bom vinho? Fica melhor assim que o tempo vai passando? É assim com Rufus Wainwright.




Pra quem procura uma música mais requintada, diferente e eclética, misturando desde o samba até instrumentos húngaros numa música em latim, é altamente recomendado. Garanto que não vão se decepcionar.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Créééu.

Já pararam para pensar no que faz a Dança do Créu ser um fenômeno musical e nacional?

-Psicanálise, me ajuda!
-Freud, por favor!